O declínio das Relações Públicas (?)

Aproveitando o debate sobre novas mídias que eu introduzi no meu último post "Construtores de Cases", abro aqui a discussão para uma polêmica levantada no Festival de Cannes, iniciado neste domingo e vai até sábado dia 27 de junho. Enquanto o Brasil conquistava 3 Leões de Ouro e 4 de Bronze na categoria Press nessa segunda-feira, o escritor sueco Stefan Engeseth distribuia 10 mil exemplares de seu novo livro, além de disponibilizá-lo para download na internet. O nome do livro? "The fall of PR and the rise of advertising" (algo como "A queda das Relações Públicas e o crescimento da Publicidade").


Pois é. Enquanto os estudantes de RP têm a atual impressão de que o mercado profissional da área está em crescimento, Engeseth introduz outra perspectiva, segundo a qual as Relações Públicas estariam em declínio. Para provar o argumento o escritor apresenta 10 razões, das quais, algumas são:


- "As agências de PR não podem mais esconder a verdade", uma vez que os milhões de internautas têm informações a tudo e voz para falar o que quiserem;

- Os profissionais de RP gerenciam crises por dinheiro, e não pelo desafio;

- A ausência de regras permitem que os RPs "avancem demais".


Entre os argumentos para mostrar que a publicidade se encontra em crescimento, estão:


- A proliferação proporcionada pela Internet, tanto pela velocidade quanto pela diferença de gastos em outras mídias;

- As agências de propaganda definem estratégias para a marca, enquanto as de Relações Públicas não;

- A publicidade tornou-se parte da indústria do entretenimento, como provam as campanhas virais, outras ferramentas da internet, e o marketing de guerrilha.


Afinal, será que existe mesmo essa possibilidade? Eu diria que não. Primeiro, "esconder a verdade", como diz Engeseth, é um conceito muito relativo. A internet, ao proporcionar maior liberdade de expressão para todos, vai permitir que os internautas digam o que quiserem, como também proporcionará maior e melhor comunicação das agências de RP com seus públicos. Trata-se de um processo dialético, e não de um desmascaramento das instituições. Segundo, o tom preconceituoso das argumentações do escritor sueco lhe tira qualquer chance de razão. Como assim os RPs gerenciam crises por dinheiro? Nós, empresários juniores, ao menos, ainda não somos profissionais, mas trabalhamos sem qualquer remuneração. Pode ser sim pelo desafio. Terceiro: as agências de RP não definem estratégias? Qual é o propósito final do planejamento, mesmo? Paro por aqui, porque sou suspeito demais para falar...


Fonte:

http://www.mmonline.com.br/eventos/cannes/cannes2009/cannes!noticia.mm?url=Livro_polemiza_em_torno_do_trabalho_de_PR_e_da_publicidade

http://www.mmonline.com.br/eventos/cannes/cannes2009/cannes!noticia.mm?url=Brasil_tem_3_Ouros_e_3_Bronzes_em_Press


3 comentários:

Gustavo Almeida disse...

André, excelente texto!!!
Lerei esse livro só para criticar.
Porque foi dureza ver que o cara acha que RP não tem estratégia...
ele deve ter esquecido o que significa planejar. Talvez ainda não contaram para ele. Mas sejamos sinceros, ele deveria ter pesquisado um pouco mais para escrever esses argumentos aí né... Faltou sabe o quê?
Planejamento
Muito bom mesmo a sua visão crítica

Belen disse...

Muito bom andré !!!! mas que raiva gente!!!! O mundo sem planejadores, seria uma bagunça!!!! Parabéns pelo texto Vandré!!!

Maitê disse...

Fora que pra ele RP é um profissional que tem a função de esconder a verdade. Não sei em que Faculdade ele estudou, mas eu aprendi justamente o contrário.
O RP é responsável, entre outras coisas, por gerenciar relacionamentos pautados na transparência e isso inclui falar a verdade...

Ele que é um picareta que ta ganhando dinheiro com uma teoria completamente falha!

 
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