Você disse "ideia"?

Ter uma ideia não é nada fácil, ainda mais quando se precisa dela. É aquela velha questão: ficar pensando muito em assunto não é a melhor coisa a se fazer. “Mas eu preciso de uma ideia genial pra AGORA!” Fique calmo, pois ela não virá assim tão rápido.

Pensando melhor sobre o assunto, eu me perguntei: o que é uma ideia? Ao procurar na internet, vi que essa palavra significa muitas coisas (http://www.lexico.pt/ideia/) sendo, além de tudo, é um conceito. A ideia nada mais é do que seu conhecimento racional sendo usado para perceber um fato; é uma representação mental de um objeto. Mas entrar nesse assunto de definição não é lá muito interessante. O legal é perceber como ela move o mundo (desde sempre) e como vem sendo usada nos negócios.

Se for feita uma boa análise, a ideia é algo que está presente em nossas vidas em todo lugar: ela promove inovação, mudanças, avanços; interliga-nos em torno de algo, divide-nos em opiniões. Só que antes as ideias eram postas em prática pelas próprias pessoas que as pensaram (na maioria das vezes). Hoje, elas são vendidas. Mas compensa vender uma ideia? Não posso afirmar, pois nunca vendi uma minha. Os sites de venda e compra desse tipo de pensamento humano estão cada vez mais fortes e espalhados pela internet, então acho eu que deva ser um negócio bem lucrativo. Mas qual tipo de ideia é vendida e comprada? Todas as que tenham função de gerar mais dinheiro. É óbvio.

“Mas Leo, eu não sou criativo!”. Ser criativo não significa exalar ideias 100% do tempo. Nós, publicitários, também não temos pensamentos geniais que vão revolucionar o mundo todos os dias. Ter uma ideia é treinar sua cabeça, seu pensamento. É ordenar tudo que você já aprendeu em sua vida e botar isso em prática. Ou às vezes é melhor parar de pensar, se distrair. Dizem que é assim que as melhores aparecem, nos momentos mais inusitados. Ainda estou sem saber se ter a ideia de escrever um texto sobre ideias foi boa. Mas me veio à cabeça que ideia é tudo. Achei que seria legal reforçar. 

Cada campanha conta

Água. Uma palavra, vários sentimentos. A gente achava, quando criança, que a água era uma coisa eterna, que ela nunca iria acabar. Mas, pelo visto, esse tipo de pensamento infantil está longe da realidade: a crise de abastecimento já atinge níveis nacionais e a falta de chuvas que nosso país enfrenta em nada colabora com a situação. Então, o que colabora? Isso mesmo, a comunicação (sempre ela).

Enfrentando uma das piores crises dos últimos anos, os governos de alguns estados precisaram se mexer perante um enorme desafio: conseguir conscientizar as pessoas que é necessária a diminuição do consumo de água. E aqui, a comunicação em forma de propagandas institucionais foi (e está sendo) uma preciosa ferramenta colaborativa. Você pode querer saber: mas que tipo de publicidade é essa?

  • A publicidade institucional nunca se refere à um produto em si, e sim à uma empresa ou instituição. Ela procura espalhar de ideias para moldar a opinião a opinião pública e/ou comportamentos, provocando mudanças na imagem pública da instituição.


“Então, você está me dizendo que os governos estão se utilizando da publicidade institucional para combater a crise hídrica?” Exatamente! Criar campanhas interessantes e inteligentes é uma ótima forma de atingir a população e redefinir costumes e pensamentos. Afinal, a comunicação tem esse poder.

Um primeiro exemplo que pode ser citado é a campanha “Cada gota conta”, que vem sendo usada pelos governos de São Paulo e de Minas. No primeiro estado citado, os vídeos lançados têm 15 segundos cada e apresentam pessoas que fazem a diferença na hora de economizar água, passando a mensagem de que são os pequenos detalhes os que mais contam.




Já no segundo estado citado, a campanha conta com vídeos mais informativos acerca da situação dos reservatórios, enfatizando no final o slogan “Para não faltar, cada gota conta”.


Comparando os dois exemplos, vemos que uma mesma ideia pode seguir caminhos diferentes. E os resultados têm sido muito bons: houve uma diminuição no consumo de água por parte das grandes cidades (como São Paulo e Belo Horizonte) depois de iniciadas as campanhas.

Os vídeos mostrados são só um pequeno exemplo de como os governos podem se posicionar com a ajuda da comunicação diante de situações complicadas e específicas como a da crise hídrica. Talvez não seja a solução para os problemas que envolvem esse tema, mas a gente já sabe: cada campanha conta. 




 
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