RP e Moda?!?

Em busca de um assunto interessante e que pudesse render uma boa postagem, acabei encontrando nesse infinito mundo cibernético um blog que me deixou um tanto quanto surpresa. Ao colocar a palavra chave “relações públicas” no nosso querido Google, imaginei realmente que surgiriam milhões de coisas, possivelmente muitas nem um pouco relacionadas ao assunto. E esse blog me pareceu uma delas. Afinal, não seria no mínimo curioso se você encontrasse a palavra “moda” no meio de tantas opções que incluem marketing, planejamento, mapeamento de público, comunicação empresarial etc, etc, etc?! Não pude deixar de dar uma conferida para saber, afinal de contas, como a moda pode se relacionar tanto com relações públicas, a ponto de render assuntos que sustentam um blog.
Descobri que ele é escrito por uma profissional de RP chamada Joyce Melchior, que mora em São Paulo e, obviamente, é apaixonada por moda. Mas, segundo ela, não se trata de moda fútil, mas sim “inventada, combinada, do dia-a-dia, das passarelas, das tribos e das ruas”.
Soando um pouco estranho? Leia então as informações encontradas nesse mesmo blog. Talvez te façam pensar de outra forma: “a cada ano cresce mais o número de exportações de produtos têxteis. Em tempos de Fashion Week, Fashion Rio, exportações e vontade de consumir lá em cima, o Marketing e as Relações Públicas de Moda tornam-se essenciais nesta indústria. Hoje, as faculdades de moda já têm em seu programa currícular a disciplina de marketing e, os estilistas já percebem a necessidade de desenhar roupas e acessórios que serão usados por pessoas comuns. Hoje, o empresariado já está tentando conhecer melhor seu público e trabalhar de acordo com o que o consumidor deseja. Afinal, passarela é conceito, dia-a-dia é aplicação deste conceito.”
Ou então: “recente pesquisa da CNI revelou que 75% das empresas têxteis e 66% das de vestuário entrevistadas observaram queda de participação nas vendas para o mercado interno devido à concorrência com produtos chineses. No Brasil, grandes produtores têxteis, grandes varejistas e pequenas e médias empresas de moda e de confecção vêm adotando estratégias isoladas para atuar no mercado global, ou pelo menos para atender os níveis de competitividade desse mercado”.

E aí? Pensando na moda de forma diferente? Eu, pelo menos, sim. E não que tivesse alguma concepção preconceituosa em relação a ela, mas, com certeza, não me passava pela cabeça algo que agora parece óbvio. O planejamento se mostra essencial até nos mais inusitados setores, e olhe que a moda, pensada agora em relação à indústria envolvida, nem é tão inusitada assim.
E essa história toda de moda ainda me faz lembrar de um fator para o qual atentei desde minha passagem pelo curso de fisioterapia. Pode parecer mais inusitado ainda eu falar de fisioterapia, mas vão ver onde estou querendo chegar.

No curso, os professores sempre insistiam no fato de que a melhor forma de se avaliar um paciente é começar ouvindo toda a sua história de vida, para depois analisar seu corpo inteiro, e, apenas no final, ir ao ponto específico da lesão. Ou seja, um bom profissional deve possuir um olhar global, não se limitando apenas em tentar solucionar um problema restringindo-se ao foco da dor.
E isso é um ponto chave quando falamos de planejamento. Assim como um fisioterapeuta, um relações públicas não pode fechar o seu campo de visão a um ponto específico. Se parássemos para pensar na moda apenas como algo fútil, jamais perceberíamos a sua dimensão e o quanto um planejamento se mostra necessário a ela.

E se a Joyce ampliou sua visão por possuir interesse nessas duas áreas, cabe a nós, a partir de agora, também buscarmos analisar de forma diferenciada não só nossos maiores interesses, mas tudo o que está ao nosso redor. Afinal, se após ler esse post o planejamento já se mostra indispensável à moda, imagina para quantas outras coisas ele também não o é?
Link do blog "rp na moda": http://rpnamoda.blogspot.com

A comunicação interna acabou

Em 25 de agosto de 2007, a C.R.I.A. UFMG Jr completa 8 anos de existência. Para comemorar suas conquistas ao longo dessa caminhada, a empresa promoveu o encontro de grandes nomes do campo da Comunicação Social com os alunos da UFMG.

O representante da área de Relações Públicas foi Pedro Baldurquino, ex-aluno da UFMG e atual coordenador do portal Horizonte RP - que trata de temas e discussões pertinentes ao mercado da profissão em Belo Horizonte.

Em sintonia com a parceria do nosso convidado e o próprio tema abordado, de caráter muito útil também para empresas juniores, postamos abaixo um artigo publicado recentemente no portal.



A comunicação interna acabou - Luiz Antônio Gaulia

16/07/2007

João é supervisor de segurança e também é o síndico do prédio onde mora. Patrícia é secretária da diretoria e organizou com suas amigas de faculdade uma roda de leitura. Fábio é contador e é também o presidente de um clube esportivo. Helton é engenheiro de produção e é o pastor de sua igreja. Marcos é estagiário, mas também organiza festas no final de semana. Carlos e Márcia estão no programa de trainees e também são voluntários num projeto ambiental. Olavo trabalha na área de remuneração e à noite é professor. Marcelo é advogado, e como acabou de se aposentar criou uma comunidade digital onde se relaciona com uma centena de participantes. Heloísa é da área de TI e vai ser candidata à vereadora.

E o que estes e estas ilustres profissionais têm em comum? São todos da mesma empresa.
E o que isso tem a ver com o título deste artigo? Tudo.

A divisão entre o que é interno e o que é externo, não faz mais sentido. Não dá para separar uma coisa da outra de maneira simplista.

Onde termina a comunicação interna e começam as relações comunitárias, por exemplo? Ou, qual o impacto de uma comunicação interna falha, difícil ou mesmo inexistente para profissionais que são também cidadãos, contribuintes, eleitores, formadores de opinião, líderes em seus círculos sociais?

O que acontece com o ambiente de trabalho quando os funcionários lêem nas páginas dos jornais, pendurados nas bancas, que sua empresa teve o nome envolvido numa denúncia, mas internamente “reinou o silêncio”, fez-se de conta que nada aconteceu?

Com a dinâmica dos mercados, os avanços galopantes da tecnologia e a circulação mundial da informação, em tempo real, as fronteiras se romperam. Melhor, se expandiram. As pessoas estão conectadas em redes de relações. E estas redes têm ligações diversas, complexas e multidisciplinares. Incontroláveis, livres. Globais.

A velha visão de que, ao entrarem pelo portão da fábrica as pessoas deixam do lado de fora suas vidas e o mundo das relações sociais é um equívoco. A idéia de que ao colocarem o capacete, os profissionais perdem seus cérebros (e seu senso crítico) caducou por completo.

Mais cedo ou mais tarde, uma organização deste tipo vai precisar rever conceitos, métodos de trabalho, políticas de atração e retenção de talentos e fluxos de comunicação. Seja por força das novas e exigentes dinâmicas sociais ou pressão natural das redes de relacionamentos entre as pessoas.

Por isso, se na tal empresa onde o João, a Patrícia, o Fábio e mais algumas centenas de pessoas trabalham a comunicação interna se resume a informativos fixados (e muitas vezes abandonados) nos quadros murais e ao “jornalzinho” que circula, mais ou menos, a cada dois meses, atenção! Se a comunicação interna ainda é chamada para “organizar aquela festa”, o churrasco de celebração de mais um recorde de produção ou escrever aquele e-mail sobre a retirada do vale-transporte, cuidado! Crise à vista.

Ter abertura para o diálogo é agregar valor à imagem da empresa, é tratar as pessoas com respeito, inteligência. Porque os muros caíram e não protegem mais ninguém das denúncias, dos escândalos e da opinião pública. E a comunicação interna é apenas o reflexo do mundo exterior e vice-versa. Ou aceitamos isso, ou vamos elogiar a roupa nova do imperador, mesmo sabendo que o rei está nu e a comunicação interna... acabada.

Luiz Antônio Gaulia
Consultor de Comunicação CorporativaOriginalmente
Publicado no site da Aberje – Seção Artigos


Para mais informações e acesso a outros artigos, visite
http://www.horizonterp.com.br/
http://www.aberje.com.br/


Luiz Gustavo Lo-Buono
núcleo de Planejamento C.R.I.A. UFMG Jr.

Cálculos e mais cálculos

Como falar, me pergunto, de algo que eu mal conheço? Planejamento... há dois anos eu diria: cálculos pra um futuro próximo ou não. Eu não estava tão errada, só faltavam alguns detalhes a essa resposta. Hoje não me sinto ainda muito apta a melhorá-la. Para me esquivar do erro, então, convido vocês a uma viagem dos meus pensamentos alimentada pela crônica que segue.


"É o que tem pra hoje"
De Tati Bernardi

Queria ser uma dessas pessoas que chegam rapidamente até o outro lado da praia, mesmo quando é fofa e de tombo.
Que arquitetam planos de vida.
Que começam assistentes e terminam donos.
Que começam miojo e terminam grande evento culinário um sábado sim, um não.
Que não se demoram na hora de olhar o cardápio, a vitrine, o Guia da Folha, os rapazes da noite.
Fico vendo que fulano foi lá, escreveu o roteiro quase um ano de trabalho. Depois foi lá, filmou tudinho, mais um ano de trabalho. Na semana da estréia já estava envolvido em outro projeto. Projetos atrás de projetos. Ah: e fulano tem absoluta certeza que nasceu pra isso.
Fico vendo que fulana foi lá: em 2000 pós, 2001 mba, 2002 carro do ano, 2003 casamento, 2004 casa, 2005 filho, 2006 rotavírus. Uma vida na agenda.
Mas enquanto isso, será que fulano sabe dos 456 livros que poderia ler? Das 456 mulheres que poderia comer? Do pôr do Sol em Fernando de Noronha? Do prazer surreal que é dormir até tarde sem saber que dia é?
Como fulano pode ter certeza que está no lugar certo, na hora certa, no momento certo, com a pessoa certa, se há zilhões de segundos, dias, ruas, bairros, cidades, países e sonhos nesse mundo?
Passo os dias me perguntando. Aquele povo todo, correndo na paulista, se apertando no metrô, parado no trânsito da Marginal, passando crachás, apertando mãos, escovando os dentes naquelas escovinhas que dobram no meio pra caber na bolsa, almoçando em quilos, sorrindo em falso, respirando ar condicionado, sonhando com a bunda alheia, com o salário alheio, com o final do dia.
Eu não consigo ser uma coisa. Não consigo viver por algo. Tenho esse saco sem fundo onde cabe o mundo. Mas cabe tanto, tanto, que vivo vazia. Porque ainda não aprendi a me preencher.
Porque ainda ando por aí meio maravilhada e irritada, caçando meus pedaços, desejos e inspirações. Até que depois de ver um pouco de tudo e todos, eu saiba finalmente que cara e que forma tem o meu mural de recortes, a minha colcha de retalhos.
Mas no meio do caminho se é muito feliz. E esse texto está assim meio estranho porque to escrevendo ele... quem diria: um pouco bêbada. Agora, por exemplo, to feliz porque bebi saquê e cantei “O amor e o poder” em um karaodê louco. To muito feliz. E talvez um pouco bêbada. Odeio crachás. E eu to feliz porque to ouvindo uma versão de “My way” cantada por Gipsy kings e são quatro e cinco da manhã. E porque estou tendo o maior ataque de riso do mundo simplesmente porque nada fez sentido. E que bom que não faz. Como diria meu cabeleireiro gay e com pedras no rim: “é o que tem pra hoje, meu bem”. E eu não me culpo pela minhas pressa em ficar. E eu não te culpo pela sua pressa em ir. É em tantas pressas contrárias que a gente se esbarra pelo mundo e se diverte um pouco.

Tati Bernardi é cronista do
Blônicas (visitado em 20 de julhos de 2007) .

Legal, né? Gosto muito dessa cronista. Mas eu não estou aqui pra falar do que eu gosto. Estou pra falar do que me veio à mente após ler esse texto: planejar ou “carpe diar”? Pensar no futuro ou curtir o momento? Sim, é possível aproveitar cada instante calculado; porém a dúvida levantada é a escolha entre o cálculo e a espera pelo inusitado.
A filosofia Carpe Diem (“colha o dia” ou “aproveita o momento” em latim) propõe que você não se preocupe com o que ocorrerá no próximo tempo. Para os seus adeptos, a vida é simples: você acorda e deixa acontecer naturalmente, sabe-se lá o que, mas deixa. Ir ao primeiro bar que aparecer, beber até ter de ir ao banheiro, beber para voltar ao banheiro, afirmar que não está bêbado, subir na mesa e tirar (calma...) o cinto, enfim, se jogar.
Outra pergunta surge. De onde veio o dinheiro da gasolina, da cerveja, do cinto? Talvez do bico na loja da esquina, do salário no tele marketing ou da filmagem dos casamentos. O fato é que pra curtir essa noite foi preciso ganhar esse papel colorido e sujo que vale muita coisa. Antes de ganhá-lo, calculou-se que ele chegaria e seria gasto. Mesmo que inconscientemente, fez-se um planejamento. Minha resposta inicial volta à tona.
Decidir o que será feito do nosso futuro é muito exigido atualmente. Haverá água no mundo? Você viverá mais de 80 anos? Existe vida noutros planetas? Não, ninguém sabe a resposta. Porém todos, ou a maioria das pessoas, esperam que só o melhor ocorra e para isso, determinadas atitudes devem ser tomadas agora: só tomar coca-cola, comer alfaces e construir um abrigo no quintal de casa. Admitir e tornar prática tais atitudes é planejar e agir em prol de um futuro, sinceramente, duvidoso.


Sou um público?



Em meio a tantos assuntos interessantes a serem tratados sobre Planejamento, escolhi um primordial para o desenvolvimento do trabalho de um Relações Públicas, Jornalista ou de um Publicitário. Nessa postagem, falarei um pouco sobre Públicos. Acho que muitos de vocês devem pensar: Públicos? Mas o que falar? Já sabemos do que se trata! Mas a verdade é que existem algumas especificações e diferenciações que muitos de nós não temos conhecimento. O assunto é mais complexo do que imaginamos!

Por exemplo, vocês sabem qual é a diferença entre público, massa, multidão e sociedade?
À primeira vista, parece difícil responder à essa pergunta, mas ao entendermos melhor o conceito de cada um desses termos, tudo ficará mais claro. Bom, primeiramente, vamos saber um pouco mais sobre o tão falado público.

Ferreira define público como:
“Agregado ou conjunto instável de pessoas pertencentes a grupos sociais diversos, e dispersas sobre determinada área, que pensam e sentem de modo semelhante a respeito de problemas, gestos ou movimentos de opinião”. Esse mesmo autor, afirma ainda que público pode ter três significados:

1- o conjunto de pessoas que lêem, vêem, ou ouvem, uma obra literária, dramática, musical;
2- o conjunto de pessoas que assistem efetivamente a um espetáculo, a uma reunião, a uma manifestação;
3- o conjunto de pessoas às quais se destina uma mensagem artística, jornalística, publicitária, etc.

Já segundo Blumer, o termo público é usado para designar um grupo de pessoas que:

1- estão envolvidas em uma dada questão;
2- que se encontram divididas em suas posições diante dessa questão;
3- discutem a respeito do problema.

Blumer diz também que a massa é constituída por um agregado de indivíduos que se encontram separados, desligados, anônimos, e mesmo assim, formando um grupo homogêneo em termos de comportamento de massa, que, justamente por não resultar de regras ou expectativas preestabelecidas, é espontâneo, inato e elementar. A multidão se difere nesse ponto. Ela se mistura e interage, agindo em resposta às sugestões e ao estímulo exaltado daqueles com os quais interage, e não atua em resposta ao objeto que atraiu sua atenção.

Apesar dessas breves definições, já deu para perceber que há diferenças e também convergências entre os termos. Precisaríamos de muito espaço e tempo para tratar detalhadamente desse assunto. Então, para concluir e resumir, vou encerrar com as falas do tão citado autor Blumer: a sociedade procura agir segundo um padrão definido ou por consenso; uma multidão, pelo estabelecimento de uma relação, e a massa, pela convergência de escolhas individuais. Já o público adquire seu tipo particular de unidade e procura agir no intuito de alcançar uma decisão coletiva ou desenvolver uma opinião coletiva.

Para encerrar de vez, só quero dizer, que como já havia adiantado no início, falei muito pouco sobre Público, ainda temos diversos assuntos a tratar, como por exemplo, “a nova forma de mapearmos os públicos” não mais categorizando-os em públicos internos, externos e mistos. Mas isso será assunto de uma próxima postagem! Aguardem!



Maria Marta Figueiredo

 
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