Comunicação ou administração? Tragam-me as duas, por favor.

Confesso que nesse breve percurso como relações públicas tenho me revelado mais uma administradora do que propriamente uma comunicóloga. Não quero aqui satirizar a nossa reivindicada soberania e nem alimentar a cobiça do inimigo. Mas talvez sejamos uma espécie híbrida que se reconhece é no fragmento dos outros e encontra na mistura sua maior virtude.

Partindo do princípio confortante de que tudo é comunicação, “o ambiente social em que se insere uma empresa é parte integrante dos processos de formação dos sentidos que são partilhados pelos indivíduos comunicativamente”, e a própria entidade, como agente, é formadora de significações nas suas múltiplas instancias relacionais. Bem sendo, pode-se afirmar que comunicação e organização constituem um único fenômeno.

Dominique Genelot justifica essas confluências de outra maneira. Para o teórico o gerenciamento estratégico deve ser viabilizado por uma consciência que envolve aspectos complexos de expressão, negociação e apropriação de sentidos. Ou seja, se o conjunto da coletividade deve partilhar de uma certa representação do futuro desejado, esse entendimento comum deve necessariamente perpassar a circulação de informações e conteúdos. Nesta perspectiva, “a comunicação organizacional assume seu papel na gestão do negócio, gerindo e mediando estratégias, diretrizes e ações que possam suscitar uma experiência de relacionamento ideal, e, por conseqüência, criar uma cultura/identidade que reflita no comportamento dos indivíduos participantes”. [1]

Se todo esse discurso soa convincente a quem como nós respira comunicação, talvez não pareça tão óbvio a quem propomos a vendê-lo. O fato é que a efetividade da comunicação nas organizações muitas vezes é percebida apenas quando transformada em números, e daí a necessidade de nos afirmarmos estrategistas, por mais incomodo que isso possa parecer. Antes de aplicar o nosso potencial criativo latente, e convenhamos que por vezes aguardamos ansiosos o momento de bolar campanhas e mídias inusitadas, é preciso se adequar à realidade financeira e operacional da empresa, analisar detalhadamente seu macro e micro ambientes, identificar tendências e oportunidades de mercado, contribuir na definição de um diferencial competitivo e é claro delinear quais são seu públicos e o tipo de vinculo que deve ser mantido com eles.

Juntando os trapos

Incontestável: “a área de relações públicas se apropria dos conceitos, métodos e práticas de gestão para planejar e gerenciar a comunicação organizacional.” E justificável, pois “o planejamento de comunicação deve ser totalmente alinhado com o planejamento estratégico da empresa, corroborando a missão, os valores, os objetivos, as metas e políticas.” [2]

Para Margarida Kunsch, “o planejamento é importante para as organizações porque permite um redirecionamento contínuo de suas ações presentes e futuras. Possibilita conduzir os esforços para objetivos preestabelecidos, por meio de uma estratégia adequada e uma aplicação racional dos recursos disponíveis”. E Djalma Oliveira acrescenta “esse processo é desenvolvido para o alcance de uma situação aspirada de um modo mais eficiente, efetivo e eficaz”, por permitir que a organização responda com mais rapidez aos desafios do mercado, facilitar a tomada de decisão, transformar a empresa reativa em pró-ativa e agregar valor aos negócios.

O planejamento de comunicação é como uma continuidade do planejamento estratégico organizacional da empresa. Os processos e ações de comunicação, que envolvem programas de consolidação da imagem institucional, de relacionamento com públicos, a organização de eventos, lançamentos e campanhas e a averiguação da opinião pública, não devem ser tidos como complementares, paliativos ou instrumentais, mas como elementos essenciais na composição de uma estratégia comum.

Em briga de marido e mulher...

Se do lado de cá falamos em “administração de percepção", “gestão da função política”, “consultoria de interações”, da outra banda se diz “comunicação de marketing”, “marketing de relacionamentos”, “endomarketing”. O que poderia aparentar uma inocente disposição das palavras traz implícita a rivalidade de ambas as áreas, que sem grandes méritos, procuram sujeitar uma à outra. Mas convenhamos que um pouquinho de ciúme sempre apimenta a relação.

Fontes:

[1]fabioalbuquerque.blogspot.com
[2]gestcorp.incubadora.fapesp.br/portal/monografias/pdf - Gisele Colombine
Planejamento Estratégico. 18 ed. São Paulo: Atlas, 1991.
Planejanento estratégico e excelencia da comunicação. São Paulo: Pioneira 1997.

Efeito ENEJ

Mexendo no site da Brasil Júnior há alguns dias encontro um artigo “Planejamento de Comunicação em Empresas Juniores”, escrito por Luíza Farnese. Tudo chamou minha atenção: era o site da BJ, um artigo sobre planejamento de comunicação, Luíza Farnese é ex-C.R.I.A., ex- presidente da FEJEMG, fui conversar com ela uma vez ano passado. Li imediatamente e estou pensando por que não encaminhei o artigo para o nosso grupo de e-mails.

Lembrei disso hoje e resolvi postar no blog alguma coisa sobre comunicação em EJ´s (ah, Lívia, muda de assunto!). Na verdade será um monte de frivolidades acompanhadas de um link para o site da BJ, mas que servem pra início de conversa. Depois a gente desenvolve, na sessão de comentários ou, quem sabe, em postagens futuras (quase escrevi posts futuros, mas por que não usar o bom e velho português, que é NOSSO?). A definição do tema foi uma decisão suada. Na minha cabeça, anjinho e capetinha disputavam os melhores argumentos:

_ “Vai ser útil aos membros do Planejamento”.
_ “Mas e ao público ‘além-C.R.I.A.’?”

_ “Eu queria tanto”.
_ “Mas você não sabe falar sobre isso. Procure um texto legal na Internet e comente brevemente, é mais seguro”.

A verdade é que eu nunca gostei da idéia de ter um blog ou qualquer coisa que deixa registrado e de fácil acesso o que eu escrevo. Isso porque, relendo essas 10 ou 15 linhas aí em cima já deu pra desgostar e ter tudo à minha vista é muita tortura! Sem falar que são palavras que acabaram de vir à cabeça, colocações absolutamente passíveis de retificação. E quem disse que blog é espaço de teorias sem furos e opiniões formadas? Chega de lero-lero, vamos ao que interessa.

Em empresas juniores não há uma hierarquia tão rígida os membros não recebem salário no fim do mês (ou seja, dinheiro não é forma de premiação e nem de coerção), as pessoas são movidas à motivação e são co-responsáveis pelas diretrizes que a empresa toma. A partir daí não é difícil inferir as particularidades de um planejamento de comunicação de uma EJ.

Além disso, EJ´s têm capacidade produtiva reduzida, se comparadas a empresas do mercado (é assim que tem que ser mesmo!) e não querem quantidade de cliente, querem qualidade. E o bom cliente para uma EJ não é aquele que tem a empresa mais conhecida (adoro essa característica do MEJ tupiniquim) ou que paga mais, é aquele que gera mais aprendizado. Às vezes pessoas de outras EJ´s me procuram para saber como a C.R.I.A. “angaria” clientes, pois elas não têm ações nesse sentido, a procura baseia-se em indicação. Surpreendem-se quando digo que na C.R.I.A. a postura também é essa, passiva. E ninguém fica “atoa” por aqui, certo? Então para que mais cliente? Mas eu quero prospectar aquela demanda que dê briga na hora de dividir de tão cobiçada, sabe? Lanço uma propaganda no intervalo do MG TV e escolho o cliente que me convém? Será?

E tem mais: o tempo passa muito rápido no mundo dos empresários juniores, 2 anos é tempo pra caramba. Um planejamento de comunicação precisa conciliar essa realidade efêmera das EJ´s com o “tempo normal” do mundo que está ao seu redor.

Agora pensem bem, a necessidade de um planejamento de comunicação é comum a todas as EJ´s. Nós somos uma empresa júnior de comunicação, temos um núcleo de planejamento, um núcleo de marketing e todos os outros que completam aquilo que evocamos como comunicação integrada. Quero mais é que o nosso planejamento saia eficiente, eficaz, efetivo, lindo, exemplar! E nós vamos apresentá-lo no EMEJ, ESEJ, EPEJ, ENEJ, COMEJ! E antes que eu me esqueça, aí está o link: http://uaua.ufba.br/brasiljr/midiateca/arquivos/Planejamento_de_comunicacao_em_ejs.doc

Planejamento,como ele pode mudar a vida de sua empresa

Um ótimo texto que achei nos meus arquivos e estou compartilhado com vocês.

Ele explica bem as diversas faces do planejamento e como ele pode ajudar no dia-a-dia de sua empresa. Vale a pena dar uma lida e entender melhor como funciona esta prática tão valorizada nos dias de hoje. Planejar!

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Seu mapa, sua bússola


É inegável que o planejamento é que dá o "norte" para a empresa e estabelece os objetivos a serem alcançados, facilitando a concentração de todos os esforços em uma só direção. Entretanto, há inúmeras empresas que não dão ao planejamento a sua devida importância, simplesmente alegando que é inútil e não funciona. Essas empresas que praticam ações empreendedoras sem direção, sem conhecimento do mercado, sem controle dos custos estão fadadas ao fracasso. Culpam o governo, a inflação, os juros altos, e não são capazes de reconhecer a própria incompetência, sem saber o que fazer para alcançar o sucesso. Empresas como a Embraco, Marcopolo, Magazine Luiza, O Boticário e tantas outras são exemplos vivos de que planejar, mais do que uma necessidade é um fator que determina sua sobrevivência no mercado.

Por onde começar


No planejamento de uma empresa, é necessária a participação de diversas pessoas, envolvendo os diversos setores que a compõem. O consultor Fabio Violin compara a empresa a um barco, sendo que ele está na proa e você está na popa. "Aí começa a fazer água no seu lado do braço. Bom, isso não é comigo, não é minha obrigação, não é meu setor. Mas, se o barco afundar, não afunda apenas uma parte, afundamos todos". Portanto, planejar é de responsabilidade de todos.


Na hora de fazer o esboço do planejamento, é importante responder as seguintes

1) O quê? – Objetivo a ser alcançado.

2) Por quê? – Benefícios a serem obtidos com o objetivo.

3) Quando? – Data para o alcance do objetivo.

4) Quem? – Pessoas envolvidas e suas responsabilidades.

5) Quanto? – Estabelecimento dos custos.

6) Como? – Ações necessárias para que o objetivo seja alcançado.

7) Quais? – Serão as dificuldades/obstáculos/problemas que terão que ser enfrentados e vencidos para que a meta seja alcançada.


Números, dados e palpites...

Veja o que consultores profissionais sugerem que você considere na hora de fazer seu planejamento:

• Mais do que números, leve em conta uma análise profunda e isenta dos erros praticados até aquele momento em sua empresa. Eduardo Botelho,consultor.

• Primeiro, é necessário estudar a fundo os recursos disponíveis e a qualidade dos recursos humanos, materiais e financeiros da empresa. O mercado consumidor, concorrente massivo e segmentado e fornecedor devem ser conhecidos e analisados através de pesquisas científicas. Ricardo Pedrosa, consultor.

• O mais importante é conseguir o consentimento e o sentido de responsabilidade de todos. Marisa Duarte, administradora.


Mantendo a chama viva

Certo, você planejou, colocou as metas que sua empresa pretende atingir no mural, todo mundo gostou, sabe o que deve ser feito no ano; perfeito. Mas aí entram em cena os grandes vilões da história: Dona Rotina e Zé Incêndio. Lidando com um e com outro todos os dias, durante semanas, é fácil se esquecer daquele papel que vai amarelando no quadro de avisos. Assim, as metas são abandonadas e as intenções, esquecidas. Uma das maneiras de prevenir-se desse abandono é transmitir conhecimentos – ou seja, realizar treinamentos – até que todos atinjam uma convicção espontânea. Somente assim ocorre a automotivação necessária para praticar o que foi planejado. Também é importante acompanhar o desempenho do planejamento, estabelecendo metas e os responsáveis por elas, desenvolvendo assim uma forma de avaliação do progresso.


Erros a serem evitados

Especialistas alertam que os seguintes erros devem ser evitados para que o planejamento não saia da rota:

• Falta do "como": não adianta definir "o que" se quer até "quando" se não forem estabelecidos os possíveis caminhos para atingir tal meta.

• Falta de prioridades: na hora de planejar, deve-se eleger uma meta principal, que pode ou não estar acompanhada de alguns objetivos menores; estabelecer três ou quatro metas de igual importância torna o planejamento inútil, pois as pessoas perdem o foco.

• Pressa: o planejamento não funciona para quem precisa dos resultados para ontem.

• Não controlar os resultados das ações e as necessidades de melhoria, mudança, redução ou expansão de objetivos.

• Planejar baseado em um problema passageiro e não na real situação da empresa.

• Definir mal os problemas: por exemplo, não adianta planejar bem a abertura de uma nova filial da empresa em uma determinada cidade, se a decisão de abrir essa filial não foi vista como parte de um problema maior de como crescer ou expandir. Não adianta planejar bem uma meta secundária se a questão principal foi mal decidida.



Planejamento pessoal

Tão importante quanto o planejamento de uma empresa é o planejamento pessoal de cada profissional que nela trabalha. Você já pensou onde quer estar no final de 2007? O que você deve fazer para alcançar tal meta? Pense nisso! Com certeza, ao final do ano, você terá adquirido conhecimentos sólidos tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Então, não se acomode; faça cursos, leituras, práticas diferentes.

Tudo que teve um início deve ter um fim

Chega-se então na hora da verdade, de apurar todos os números, ver o que foi conseguido e o que pode ser melhorado para os próximos planejamentos. Nesta fase final, deve-se tomar cuidado na divulgação dos resultados. O pessoal trabalhou duro para tentar cumprir todas as metas e realizar os objetivos. Assim, os resultados devem ser divulgados com, no mínimo, o mesmo entusiasmo com que se anunciaram os objetivos do planejamento. Faça gráficos, coloque os números em perspectiva, enfim, uma apresentação das metas atingidas, das metas não atingidas, dos pontos onde a empresa falhou. E lembre-se: um planejamento que dá bons resultados é o melhor motivo para se planejar novamente. O que você deseja para o futuro? Tire alguns dias para pensar na resposta, junte o pessoal da sua empresa, bote no papel, planeje. Depois é só arregaçar as mangas e fazer acontecer!

 
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