"Curta aqui" para salvar mais uma nigeriana


por Beatriz Neuenschwander


Uma campanha internacional de enorme repercussão está ocorrendo após um grave acontecimento na Nigéria. O movimento “Bring back our girls” (tragam nossas garotas de volta) já ganhou hashtag no twitter e milhares de adeptos.

O que aconteceu?

No dia 14 de Abril, o grupo rebelde nigeriano Boko Haram sequestrou mais de 200 jovens de uma escola internato em um vilarejo no Norte de Chibok. Aproximadamente 200 homens armados chegaram ao local à noite em 20 veículos para roubar mantimentos e levar as estudantes.

Mas por que esse grupo rebelde fez o sequestro dessas nigerianas?

Esse grupo vai contra o modelo Ocidental de educação que é implantado no país. Eles apresentam uma ideologia islâmica e extremamente conservadora, no qual as mulheres não deveriam ter direito aos estudos.



Na internet a notícia se espalhou rapidamente ganhando força nas redes sociais. O “Bring back our girls” logo ganhou o apoio de pessoas extremamente influentes como Michele Obama, Anthony Kiedis (vocalista da banda Red Hot Chilli Pepers), Anne Hataway e Emma Watson.

Em um cenário como esse é impressionante observar a dimensão que as coisas ocupam na internet. Imagens, textos e comentários se disseminam quase que instantaneamente e as notícias cruzam o mundo quase no mesmo momento em que acontecem. A relação de distância é cada vez menor e a rede apresenta-se cada dia mais complexa.

Mais complexo ainda é perceber o quanto a aderência dessas influências nas campanhas facilitam sua disseminação e ajudam a ganhar cada vez mais adeptos. Internautas que muitas vezes nem estão informados sobre o que está acontecendo apoiam a campanha simplesmente por verem seus ídolos lá, postando mensagens e demonstrando uma face de insatisfação.

É indiscutível que para um movimento ter força ele precisa de apoio. Contudo, como consequência da contemporaneidade é muito fácil demonstrar sua revolta por meio de um “click” ou um “curtir”. Isso pode ser comprovado pela comparação da quantidade de pessoas que foram às ruas e as que protestam via internet. São muitas “curtidas” e pouca presença. Então, a partir disso, até onde a internet é realmente útil para influenciar diretamente na resolução de problemas como esse? A internet dissemina notícias e te induz a curtir tudo aquilo que aparece na sua frente e que passa uma aparência de indignação. Porém, devemos saber o que está acontecendo, procurar a notícia e tentar saber a verdade ao invés de se deixar levar por tudo o que aparece.Textos de revolta, páginas de facebook e imagens sobre tudo isso são importantes para a criação de grupos que estão ali por uma mesma causa. Mas é preciso ter mais atitude e menos preguiça.

E por fim, é realmente útil dar o seu “curtir” revoltoso? Apesar da força desse movimento na internet, seria ele suficiente para trazer nossas meninas de volta?

Bom, a Internet tem esse defeito, não prevê futuro. E essa pergunta por enquanto... Nem mesmo o Google para respondê-la.

1 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns! Texto bem redigido e assunto abordado de maneira objetiva e completa

 
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