Observando outro dia um desses jornais de R$ 0,25, vi que a tipografia das manchetes era em caixa-alta, negrito, itálico e sublinhada, ao mesmo tempo. Achei feio. Um dia depois, por coincidência, vejo no livro Pensar com Tipos, de Ellen Lupton, que exatamente essa combinação seria desnecessária e poluída. Concordei. Mas o "problema" é que esse jornal é o segundo mais vendido em todo o país. Logo, a manchete poluída não parece atrapalhar. Pelo contrário, chama mais atenção.

Casos como esse provam a extrema importância do planejamento da comunicação. A redundância e o exagero não podem ser interpretados como algo negativo. Muitas vezes os comunicólogos/publicitários produzem marcas e campanhas de tom moderno, usando as mais mirabolantes teorias do design ou insistindo em práticas corriqueiras da propaganda, e esquecem do argumento. Não quero aqui desprezar o design ou as propagandas mais "conservadoras", até porque essas práticas costumam ser muito eficientes. Só escrevi essas linhas para tentar demonstrar a importância de se agir com originalidade e ousadia no mercado da comunicação. Essa atitude é essencial para chamar a atenção do público num mundo globalizado e cheio de informações como o nosso. Em meio a esse universo, são as ações incomuns (e, porque não, espalhafatosas) de tanto sucesso que fazem da comunicação - e principalmente do planejamento - algo ainda mais fascinante.
1 comentários:
André, Parabéns mesmo pelo post!
Texto muito bem escrito e me fez pensar realmente sobre esses modelos fixos sobre o que deveria ou não fazer sucesso no ambiente publicitário! Parabéns pela pesquisa sobre o tema.
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