Genérico é na Araújo


Há um bom tempo os medicamentos genéricos passaram a ter um grande número de vendas graças aos seus  preços mais baixos. Mesmo com a venda desse tipo de medicamento sendo a maior tendência de mercado de outros países, no Brasil ainda não temos um bom diálogo com o produto. Muitos ainda tem a cultura de o considerar de pior qualidade e sem selo de laboratórios confiáveis. De todo modo, praticamente todas as farmácias vendem o produto, incluindo, certamente, a Drogaria Araújo, uma das maiores redes de drogarias do estado e do país. No entanto, a venda de genéricos na Araújo não era tão forte.  Para resolver esse problema, a agência de comunicação belo-horizontina Lápis Raro produziu uma campanha lançada em rede nacional para aumentar as vendas dos genéricos na Araújo. 

A "A Araújo tem uma revelação a fazer" foi uma campanha com comerciais no qual haviam situações variadas com revelações nada casuais em seu climax. É o típico vídeo surpreendente: você espera uma coisa e na verdade acontece outra. No caso da Araújo foram duas propagandas, sendo uma como uma cena de final de capítulo de novela/filme, onde se espera a revelação de um assassino, por exemplo; e outra um funeral, no qual uma mulher, aparentemente amante do falecido, aparece com seus filhos. 





A campanha deu certo: a drogaria aumentou em 50% o número de vendas de genéricos. Mas o que não se esperava era que o segundo vídeo, o da viúva, gerasse uma certa repercussão negativa. Algumas pessoas direcionaram-se diretamente ao presidente da empresa, via email, declarando-se extremamente chateadas com a situação. Pessoas reclamavam que o comercial ridicularizava e ironizava um momento de sofrimento e tristeza para uma família.

Porém, enquanto foram aumentado as críticas direcionadas, aumentavam em proporções bem maiores as vendas da drogaria. Portanto, algo não tinha dado tão errado assim. Foi aí que a equipe da agência responsável pode de fato entender todo aquele movimento social em torno de uma simples propaganda: a Araújo permite essas críticas justamente por ser tão íntima de seu público.

A relação cotidiana de décadas que acontece nas situações mais variadas da vida dos consumidores criou uma intimidade tamanha que eles se sentem responsáveis por aconselhar e criticar a marca. Mesmo com o sucesso, a Lápis Raro assimilou muito bem todo o processo e com certeza agora conhece ainda mais o público com qual está lidando. Outro ponto a ser analisado é a execução da filmagem. Deveriam ter sido feitos figurinos e interpretações mais caricatos, que se aproximassem mais do humor que do drama. Muitas pessoas acabaram não entendendo o roteiro, ou até que aquilo tudo era uma simples brincadeira.



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