A mercantilização da imagem


O universo publicitário está cercado de técnicas e meios para persuadir o público ou mesmo formar opiniões e mudar representações acerca de um tema, um produto, uma pessoa. É incrível perceber o poder que a publicidade tem de transformar ideias e conceitos, de mudar algo que parece imutável. Essa mudança é mais perceptível quando se fala da imagem de alguém diante da mídia e diante da população que a absorve.  

Nas últimas semanas, e mesmo nos últimos anos, o mundo vem perdendo personalidades de grande importância, como a cantora Amy Winehouse erecentemente o ator Robin Williams. Nesses casos, conseguimos perceber uma mudança das representações que formavam a imagem dessas pessoas diante do mundo.  

Para se entender melhor, pode-se usar o cantor Michael Jackson como exemplo. Antes de seu falecimento, a imagem do artista era bombardeada pela mídia, que também criava representações extremamente negativas em torno de sua personalidade e de sua vida. Porém, após seu óbito, viu-se uma grande mudança: o cantor passou a ser tratado como um deus, e seu talento começou a, de novo, ser destacado. Como isso foi feito? Por meio da mudança gradativa das ideias gerais que circulavam no mundo através dos meios de comunicação. E é aí que entra a publicidade.  



Primeiro, a imagem é transformada a partir do momento que se muda o modo como a pessoa é mostrada. Com isso, mudam-se as avaliações que posteriormente são feitas pelas demais pessoas que têm acesso a tal informação. Depois dessa primeira modificação, são realizadas propagandas em peso em torno dessa nova visão que foi disponibilizada na mídia com a qual entramos em contato diariamente. A pessoa falecida se torna, aos poucos, um produto. E é essa nova representação que é vendida pelo mundo.  

Pegando de novo o exemplo do cantor Michael Jackson, vê-se que seus álbuns alcançaram vendas muito altas após sua morte em 2009. E porque isso aconteceu? Pelo fato de que ele passou a ser tratado como herói, como um ícone que jamais será superado. Pois, naquele momento, era mais interessante lucrar em cima de sua nova imagem do que tratá-lo como vilão. Foi quando Michael Jackson pessoa se tornou Michael Jackson produto. Foi esquecido seu lado humano e foi posto em jogo seu lado comercial: seus feitos no mundo da música passaram a ser destacados de forma jamais antes vista. 

Não deixa de ser interessante o modo como a publicidade age diante da morte de pessoas públicas. São lançados livros, matérias, revistas, coletâneas, filmes e uma diversidade de produtos comerciais. Incrível é a forma como as representações são alteradas a partir de novos conceitos que podem ser explorados em uma mesma pessoa. A pessoa deixa de ser pessoa para se tornar um produto, e sua imagem passa a ser vendida. Incrível é a forma como tudo isso acontece de maneira natural. 


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