10 anos de Dreamcast

Em 9 de Setembro de 1999, a SEGA lançou no mercado norte americano o Dreamcast, o último videogame desenvolvido pela empresa, que hoje está voltada exclusivamente para a produção de jogos. Devido a seguidos fracassos da companhia, como a derrota do Sega Saturn para o estreante de mercado Playstation One, da Sony, o Dreamcast seria a tentativa de recuperar as perdas do passado e recolocar a empresa em destaque. A falta de planejamento da SEGA se evidenciou no próprio desenvolvimento do console, em que foram criados dois projetos distintos, e o vencedor acabou sendo preterido após algumas discordâncias com o grupo responsável, que chegou a entrar com uma ação na justiça. O projeto escolhido ainda sofreu atrasos, prejudicando os planos iniciais da companhia.


No Japão, o console já estava nas prateleiras desde o final do ano de 98, mas não teve uma quantidade expressiva de vendas, devido à falta de games de peso e a pouca disponibilidade do videogame. Nos Estados Unidos, a estratégia de marketing da Sega americana foi feita de maneira mais eficaz, inclusive contando com uma logística melhor, pois já havia 18 jogos lançados e uma oferta maior do console. No dia do lançamento, foram vendidas 220 mil unidades (sem conseguir atender as mais de 300 mil reservas), o que gerou a arrecadação de 98 milhões de dólares em apenas um único dia, somando também a venda de jogos. Esse foi o melhor primeiro dia de um console na história, aumentando ainda mais a expectativa de sucesso.

Apesar do começo promissor, a chegada do Playstation 2 ao mercado no ano 2000 abalou as vendas do Dreamcast, pois o console da Sony agregava promessas audaciosas, bons jogos e marketing competente e agressivo. Mostrando mais uma vez o despreparo habitual e a falta de fôlego financeiro, a SEGA anunciou em 31 de Janeiro de 2001 o fim da produção do videogame, fechando assim o curto ciclo do console no mercado.


A estranha combinação entre o início meteórico e a aposentadoria prematura do Dreamcast revela a enorme diferença entre o sucesso histórico do lançamento e a falta de um planejamento de qualidade, que levou o produto a sucumbir em menos de um ano após a entrada do concorrente no mercado. Mesmo diante da superioridade do Playstation 2, havia elementos no aparelho da SEGA que poderiam mantê-lo na disputa, como o acesso à internet e a possibilidade de partidas online, algo pioneiro na época e que o tempo mostrou ser uma alternativa indispensável: todos os videogames de última geração possuem essa opção.


O Dreamcast obteve a marca de 10,6 milhões de consoles vendidos e suas inovações vivem como legado nos consoles atuais. Apesar da SEGA não ter realizado nenhum tipo de comemoração pelos 10 anos, a data deve ser lembrada, tanto pelo pioneirismo quanto pelas lições aprendidas do curto período no mercado.


Propagandas que ajudaram o Dreamcast a se tornar o videogame mais vendido em um único dia:




3 comentários:

André Heneine disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
André Heneine disse...

Eu lembro que na época do lançamento o Dreamcast era a revolução, pouco tempo depois não era nada comparado ao Playstation 2 e ao Game Cube.

Hoje a SEGA nem existe mais.

Rolf Elias disse...

A Sega ainda trabalha com o desenvolvimento de jogos, mas para quem disputava lado a lado o mercado de consoles com a Nintendo, é muito pouco.

 
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