Porta dos Fundos: publicidade viral, humor lucrativo


Por Gabriela Filippo

O coletivo Porta dos Fundos foi criado para levar ao público da internet aquilo que um humor mais “conservador” não pode nos oferecer. Cinco amigos humoristas queriam criar roteiros, histórias e cenas de humor, mas nada disso se encaixava no contexto humorístico da TV. Levar essa ideia para a internet foi a solução:a conta criada pelos até então idealizadores virou, hoje, o maior canal de vídeos brasileiro, atingindo a marca de 200 milhões de views e 1 milhão de inscritos.


Talvez eles tenham alcançado esse sucesso porque conseguiram entender o que o internauta brasileiro que passa seu tempo de ócio na internet queria. Esse público gosta de ser surpreendido, como o próprio Gregório Duvivier disse em um dos documentários sobre o Porta dos Fundos produzido pela LG. Assim, eles podem se utilizar do humor em diversas situações do cotidiano, ou até em outras totalmente inimagináveis – como uma recém-chegada-ao-céu após sua morte falando com o deus verdadeiro, o da Polinésia. 


Mas se antes toda essa ideia humorística não tinha fins lucrativos, hoje essa parte da história do canal já foi revolucionada.Tudo começou quando o Porta dos Fundos resolveu fazer um vídeo criticando e ironizando o mau atendimento dos funcionários da Spoleto. A publicação fez tanto sucesso que a própria marca se aproveitou do ocorrido, foi atrás do coletivo e fez uma parceria para que fosse criado um segundo, e mais tarde até um terceiro, vídeo, mostrando, com humor, é claro, que a Spoleto tomou as providências necessárias para melhorar o tratamento dos clientes por parte de seus atendentes.

Particularmente, quando soube que havia também um terceiro vídeo, achei que seria algo um pouco forçado, porque muitas coisas que tendem a uma continuação assim acabam ficando meio sem graça. Mas acabei que me surpreendendo: achei a cena muito bem escrita, criativa e engraçada sem fugir daquilo que o Porta dos Fundos é.

Outro caso de sucesso foi um vídeo em que o canal tirava sarro das latinhas de Coca-Cola Zero que vinham com nomes e apelidos de pessoas. No vídeo, eles mostravam uma mulher com um nome não muito comum, “Kellen”, procurando seu nome em uma latinha. Depois da ação, a marca passou a colocar nas latas nomes mais diferentes dos que costumamos ouvir por aí, mostrando como essa divulgação no canal conseguiu tamanha influência.

Agora, as marcas procuram o Porta dos Fundos para participarem de campanhas a fim de que o público se identifique e seja maior atingido por elas. É o caso da Fiat, da Visa, da Itaipava, da Bis, da Netimóveis e da LG (que está fazendo documentários contando a história do canal).




Sim, muitas marcas já recorreram ao canal, pois sabemos que o humor é uma forma muito forte e eficaz na hora de passar sua mensagem e trazer o reconhecimento pelo público. Será que depois de tudo isso os garotos do Porta dos Fundos vão começar a entrar pela porta da frente?

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