Este foi o tema de uma das Discussões Temáticas que aconteceram hoje no Intercom, na parte da manhã. O tom da apresentação foi de alerta: Hélder Moraes, um dos palestrantes, enfatizou a importância dos profissionais da comunicação terem consciência ética ao realizar um anúncio, um comercial que seja destinado às crianças. Através de dados, ele mostrou a grande influência que as crianças exercem na decisão de compras de um lar. De acordo com um dos gráficos, retirados da revista Galileu, a "80% das decisões de compra da família estão nas mãos das crianças; 83% das crianças são influenciadas pela publicidade e 50% das propagandas vistas pelas crianças são de alimentos."
Outra direção que tomou essa Discussão Temática foi o de relacionar o modo de vida que levamos com o consumo de alimentos não saudáveis: a rotina acelerada que levamos acaba influenciando muito na nossa alimentação. A pressa acentua o consumo de snacks, produtos industrializados, com altos teores de sódio, conservantes, etc. Apesar de as crianças não terem uma rotina tão apertada, elas acabam sendo influenciadas pela alimentação dos pais. Daí a necessidade de se pensar a obesidade para além da propaganda: o estilo de vida, os hábitos da família, se há prática de exercícios físicos ou se, por exemplo, os passeios consistem em sair para comer alimentos gordurosos.
Além disso, é importante lembrar que o Brasil não tem uma regulamentação rígida das propagandas de alimentos destinados às crianças: em 2010, a Anvisa publicou uma resolução que implica que os anúncios devem alertar para os riscos de consumo excessivo de determinado produto. Há países europeus e latino-americanos que restringem a circulação de propagandas em escolas ou limita a a transmissão de propagandas de alimentos destinadas a crianças em determinados horários. Para entender melhor, confira o vídeo que o professor Hélder Moraes mostrou:
Ao mesmo tempo, é interessante lembrar que há uma tendência contrária ao consumo desse tipo de alimentos, que apoia o consumo de produtos light, diet, zero e por aí vai. Os palestrantes falaram do programa Globo nas manhãs. Há também o quadro Medidinha Certa, filho do Medida Certa, no qual o apresentador Zeca Camargo perdeu alguns bons quilinhos e que, sem dúvida, pode ser visto como uma boa influência às crianças que assistiram.
Há também campanhas e sites que adotam a causa da responsabilidade com a alimentação das crianças:
Site: www.somostodosresponsaveis.com.br
Campanha:
Os palestrantes foram: Margareth Diniz (psicóloga, psicanalista e professora da UFOP), Carla Rabelo (professora da Escola de Comunicação e Artes de São Paulo, membro do FMU e do Instituto Alana - de caráter assistencial, atende famílias carentes e tem um projeto chamado "Criança e consumo") e Hélder Moraes (formado em Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, hoje atua na área de marketing e é professor da FACAMP)
Hélder se mostrou super interessado na Cria e inclusive ofereceu para fazer palestras na Semana da Comunicação da UFMG. Que tal trazermos ele pra TipCom?
Hélder Moraes e Carla Rabelo
Do Intercom,
Isabela Guimarães e Matheus Alves
5 comentários:
texto muito bom !
Valeu, Arnaldo! =)
Professor Helder Moraes sua visão realmente é diferenciada, você mostra que a responsabilidade dos profissionais da comunicação na inclusão social estão ligadas diretamente a sensibilidade, vulnerabilidade do futuro consumidor. A ética na elaboração das peças publicitárias são essenciais para a formação dos seres humanos.
Parabéns pelo estudo!
Um grade abraço
Thalles Swerts
Postar um comentário