Propaganda atômica


E se uma Mercedes-Benz tivesse matado Hitler há mais de 100 anos atrás e prevenisse um grande perigo para a população? Primeiro, há 100 anos atrás isso praticamente não seria possível. Talvez não existissem a marca ou carros com capacidade de matar alguém após um atropelamento. Talvez uma possível morte de Hitler não fosse tão potente para abafar o nazismo como o papel da propaganda fez ocorrer o contrário. Isto é: sem a comunicação, mais especificamente a publicidade, Hitler não teria, de forma alguma, recebido tal importância e credibilidade ou alcançado o patamar que chegou antes e durante a Segunda Guerra Mundial, representando toda a Alemanha.


Um dos motivos para se pensar e refletir sobre isso é: como milhares de pessoas teriam concordado com uma “ideia” de exterminar os judeus e até quem não fosse ariano? Nem o próprio Hitler era ariano – isso pode até parecer loucura ou falta de noção. Mas hoje sabemos que tudo isso aconteceu, e os alemães achavam que era para seu melhor. Inclusive pode até ter sido, pois o comandante do ideal nazi realmente trouxe melhoras para o país, como uma economia mais valorizada, reconhecimento por outros países, a volta da identidade nacional, entre outros. Por outro lado, disseminou o ódio por outros países e nações, declarou uma guerra com o mundo todo e foi responsável pela morte de milhares de inocentes.


Para se atingir um objetivo, como uma venda de um produto ou de um ideal, a publicidade deve escavar até o fundo do emocional do público. Quando chegar ali, com certeza obterá sucesso. Não diferente disso, a propaganda nazista explorou o emocional da massa fazendo com que esta se apaixonasse pelo o que estavam mostrando. Nacionalidade, patriotismo, união, sucesso do governo foram conceitos muito explorados. Inclusive a própria humilhação e miséria que a Alemanha havia sofrido foi uma referência para as peças publicitárias. 
Durante a época de Hitler, diversos cartazes foram produzidos e 1.350 longas-metragens foram filmados, desde comédia e musical até drama e documentário que exibiam e expandiam os ideais xenofobos e racistas da e para a sociedade alemã. Além disso, os nazi foram os primeiros a utilizar o cinema como forma de propagar sua ideologia. Como o esperado, nos filmes os nazistas eram os heróis e exibiam a brutalidade do inimigo, mostrando ingleses e russos como seus principais inimigos, os primeiros como fracos e ridículos, imperialistas e opressores, os segundos como bêbados e brutos. Nesse caso dá até pra conferir uma semelhança com as histórias de quadrinhos americanas, não é? 


Mas Hitler não atuou nessa sozinho: tinha ajuda de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda Nazista, que provavelmente, mais que Hitler, foi responsável por todas as consequências do regime por toda a população ter acreditado neste. Tudo isso é algo muito chocante, pois Hitler e seu publicitário fizeram muitas coisas erradas e ruins serem vistas como corretas e como o bem da população, e tudo graças à publicidade e à propaganda. Não que elas sejam feitas pra alienar ou que sejam instrumentos maus, mas dependendo da forma que forem usadas são tão perigosas como uma bomba em meio de uma guerra.

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