O segundo dia do CRIO 2012, promovido pela ACMINAS, contou com a participação de Alessandro Mendes, Eduardo Shinyashiki e Washington Olivetto – que ministrou a palestra Magna.
A primeira palestra do dia, sobre o tema inovação, conceito do evento, foi ministrada por Alessandro Mendes - diretor de desenvolvimento de produtos da Natura - empresa que está junto ao Google e a Amazon entre as 10 mais inovadoras do mundo segundo a respeitada revista Forbes. Alessandro trabalha na Natura há 12 anos, então presenciou de perto etapas importantes de seu crescimento acelerado nos últimos tempos.
A primeira palestra do dia, sobre o tema inovação, conceito do evento, foi ministrada por Alessandro Mendes - diretor de desenvolvimento de produtos da Natura - empresa que está junto ao Google e a Amazon entre as 10 mais inovadoras do mundo segundo a respeitada revista Forbes. Alessandro trabalha na Natura há 12 anos, então presenciou de perto etapas importantes de seu crescimento acelerado nos últimos tempos.
Essa
empresa 100% brasileira e que todo mundo conhece tem 43 anos completos de
existência. É líder de mercado nacional há um bom tempo e responsável por um marketing
share invejoso em praticamente toda América Latina e também na França, local
que por curiosidade existe a única loja física da marca. Em todos os outros a
Natura conta com um sistema de consultores. Só no Brasil estão espalhadas mais de 1,4 milhões, em sua esmagadora maioria formada por mulheres.
Porém
essa história imensa de sucesso não é o bastante e não significa tanto para a
Natura. Ele afirma não saber muito sobre o futuro, mas o que ele tem certeza é
que tudo o que garantiu o sucesso da empresa até hoje certamente não é o que o proporcionará no futuro próximo.
Sobre
o que pensa a Natura, o palestrante afirmou após a exibição de um vídeo institucional: “Não é
uma visão de uma empresa que quer ser líder no mundo e que quer ser a maior, mas
é a visão de uma empresa que quer construir um mundo melhor com as pessoas que
se identificam com a essência da marca”.
E
a essência da Natura é criar produtos que promovam o “bem estar bem”, que segundo o diretor seria:
Bem estar - “relação harmoniosa do indivíduo
consigo mesmo; com seu corpo”
Estar bem - “relação empática, bem sucedida e prazerosa
do indivíduo com o outro, com a natureza que faz parte e com o todo”.
Em
uma definição mais mercadológica da empresa, Alessandro apresentou o que seriam
os atributos da marca. Ou seja, qualquer produto que venha a ser lançado deve ter pelo menos um aspecto de cada um dos atributos
especificados.
Atributos Funcionais – Se remete a qualidade do produto
físico, tecnologia sustentável, utilização da biodiversidade e tecnologia da embalagem,
entre outros.
Atributos Emocionais – Relação emocional que proporciona nas pessoas em geral. Carinho, respeito e cuidado podem ser bons exemplos.
Atributos Filosóficos – Caráter de ampliador de consciência
social da marca; cuidar das relações socioambientais.
Alessandro Mendes passou uma breve perspectiva histórica da Natura desde a sua fundação em
1969:
Década de 70: O fundador Antônio Luiz Seabra contava com um
pequeno laboratório em São Paulo na rua Oscar Freire.
1.000 consultores e 5
milhões de dólares
Década de 80: A
Natura inovou no mercado lançando a tecnologia refil. Marcando o início de sua
jornada pela redução do impacto ambiental.
32.000 consultores e
170 milhões de dólares
Década de 90: Expansão
internacional - se tornou uma multinacional brasileira
180.000 consultores e
657 milhões de dólares
Década de 2000: Lançamento da linha “Ekos”, um marco do conceito de sócio-biodiversidade.
Abriu cerca de 30% do capital no mercado de ações.
433.000 consultores e 1,5
bilhões de dólares
2011: Se tornou Carbono
neutro. Todas as atividades e setores passam por metas de redução anual. Os
bônus de arrecadação salarial por indicadores financeiros agora são indexados a
metas socioambientais.
1,4
milhões de consultores e 4,5 bilhões de dólares.
Porém, segundo Alessandro, “o ciclo de inovação da maior empresa de cosméticos do
Brasil acabou, a empresa não vai mais conseguir dialogar com a sociedade e
assim ter sucessos se insistir nesse ciclo. Os assuntos estão se banalizando e a
sociedade está mudando. A empresa precisa se reinventar”.
Hoje em dia as
empresas passam a ter um papel cada vez mais presente na sociedade. Cada vez mais
o governo vem perdendo a importância que possui nela, assim como aconteceu com as igrejas
no passado, Assim, hoje as empresas tem que assumir parte desse papel. É interessante uma empresa que convida a
reflexão e diálogo e que não simplesmente se impõe ao consumidor. Alessandro Mendes citou Patrick Paul para
explicar o que acontecerá no futuro: “Sujeitos Individualmente livres, mas
voluntariamente agrupados”.
Contexto atual:
-
experiências integrais de consumo
- polarização
material – emocional
-
extensão e sofisticação das práticas de inovação em rede
Próximos anos:
A visão que irá nortear a posicionamento da
Natura nos próximos anos será a de criar um fluxo de experiências do “bem estar
bem” que ultrapassem as expectativas da rede de relações. Em fluxo entende-se
algo infinito e em experiências algo que vai além dos produtos. Rede de
relações é toda a rede da empresa (funcionários, colaboradores, consumidores...).
Algo
presente e inovador será a utilização da ciência para medir o bem estar. “Não é
marketing, é ciência formada por psicólogos, sociólogos e até biólogos capazes
de medir isso” diz o diretor. De maneira científica irão focar em
sentidos, design e experiência para promover a interação entre produtos e serviços ao despertar sensações, percepções e emoções nas pessoas.
Por fim, sem entrar em detalhes sigilosos, ele apresentou alguns conceitos a serem
explorados pela marca nos próximos anos:
Integração do corpo,
cérebro e meio – não tratar
o indivíduo como a biologia clássica. Saber como tudo isso influencia na saúde
humana.
Ecodesign 3.0 – evolução dos conceitos ecológicos. Recriar os produtos para impacto
ambiental positivo e não apenas zero.
Transparência radical – transparência digital com o público.
Redes e conexões – compartilhamento de conhecimento em
parceria com outros pesquisadores, empresas, universidades e governos.
O que nos resta agora é imaginar como tantos conceitos importantes vão se converter em produtos, serviços e por fim resultados.
1 comentários:
Única palestra que eu perdi! Muito bom!
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