Feliz dia...

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças começa dizendo que o Dia dos Namorados foi uma data inventada pelos fabricantes de cartões para vender mais e também para fazer com que pessoas solitárias se sintam ainda mais solitárias. No fabuloso país das Maravilhas, por onde Alice andou se aventurando, uma das coisas mais estranhas de tudo era a comemoração diária (e que faz muito sentido) do desaniversário.

No segundo domingo de maio comemoramos o dia das mães, no de agosto, o dia dos pais. Em dezembro vem o Natal e, aos longo dos 365 dias do ano, vamos passando por uma série de datas comemorativas. Quando pensamos nela, normalmente pensamos na idéa do feriado e no que vamos fazer com ele, pensamos nos presentes que precisamos compar, na decoração da casa que vai ter que mudar, enfim, pensamos em um monte de coisas e muitas vezes esquecemos até o que estamos comemorando. E ainda, raramente sabemos a origem daquela data e porque ela ganhou aquela importância de calendário.

Isso porque estamos habituados. É cultural, desde que nascemos nossos costumes são esses e a gente segue o fluxo. Segue esquecendo (ou simplesmente não pensando mesmo) em como era antes de aquela data ter sido fixada e condecorada com alguma festividade. Sim, o Dia das Mães não surgiu junto om o mundo. Sim, ele é anterior a todos nós aqui, vivos e presentes (imagino eu) mas um dia ele não existiu e de repente, de um ano para o outro, estava lá.

O que me levou a pensar isso hoje (naturalmente foi o dia dos pais) foi o fato de nós, que não estávamos aqui para ver o dia dos pais ser incorporado à nossa cultura, estamos para ver a luta que vem sendo travada para incorporar também o dia do amigo. Ainda tem muita gente que torce o nariz para a data e não é comum que os amigos se presenteiem no dia20 de julho. Mas eu pergunto: até quando? Há boas chances de, dentro de alguns anos, o comércio ver suas vendas aquecidas nesta época do ano, que os shoppings fiquem cheios no dia 19, de pessoas que deixaram para comprar o presente dos amigos na última hora. Talvez um dia ele se torne até mesmo feriado!

Claro que isso daqui está mais para uns delírios que talvez sejam muito exagerados e também se aproxima muito daquilo de ficar achando que há uma razão mercadológica em tudo o que acontece nos dias atuais. Mantenho a parte de que isso aqui é um delírio. Porque é! Mas quanto ao que puder ter de paranóia a-mídia-malvada-manipuladora-e-capitalista eu digo que não, não é. Porque o que eu observo nisso (e acho muito bacana) é como a cultura (entendida como "rotina" de um povo) é maleável e construída por quem está inserida nela. Muda em uma velocidade meio geológica, mas muda...

E para constar: FELIZ DIA DOS PAIS!

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