Confesso que nesse breve percurso como relações públicas tenho me revelado mais uma administradora do que propriamente uma comunicóloga. Não quero aqui satirizar a nossa reivindicada soberania e nem alimentar a cobiça do inimigo. Mas talvez sejamos uma espécie híbrida que se reconhece é no fragmento dos outros e encontra na mistura sua maior virtude.
Partindo do princípio confortante de que tudo é comunicação, “o ambiente social em que se insere uma empresa é parte integrante dos processos de formação dos sentidos que são partilhados pelos indivíduos comunicativamente”, e a própria entidade, como agente, é formadora de significações nas suas múltiplas instâncias relacionais. Bem sendo, conforme aponta Onésimo de Oliveira Cardoso em Comunicação empresarial versus comunicação organizacional: novos desafios teóricos [1] “comunicação e organização constituem um único fenômeno”.
Dominique Genelot (apud CARDOSO, Onésimo. 2006) justifica essas confluências de outra maneira. Para o teórico o gerenciamento estratégico deve ser viabilizado por uma consciência que envolve aspectos complexos de expressão, negociação e apropriação de sentidos. Ou seja, se o conjunto da coletividade deve partilhar de uma certa representação do futuro desejado, esse entendimento comum deve necessariamente perpassar a circulação de informações e conteúdos. Nesta perspectiva, conforme afirma Fábio Albuquerque em seu blog Comunicação Organizacional [2], “a comunicação organizacional assume seu papel na gestão do negócio, gerindo e mediando estratégias, diretrizes e ações que possam suscitar uma experiência de relacionamento ideal, e, por conseqüência, criar uma cultura/identidade que reflita no comportamento dos indivíduos participantes”.
Se todo esse discurso soa convincente a quem como nós respira comunicação, talvez não pareça tão óbvio a quem propomos a vendê-lo. O fato é que a efetividade da comunicação nas organizações muitas vezes é percebida apenas quando transformada em números, e daí a necessidade de nos afirmarmos estrategistas, por mais incomodo que isso possa parecer. Antes de aplicar o nosso potencial criativo latente, e convenhamos que por vezes aguardamos ansiosos o momento de bolar campanhas e mídias inusitadas, é preciso se adequar à realidade financeira e operacional da empresa, analisar detalhadamente seu macro e micro ambientes, identificar tendências e oportunidades de mercado, contribuir na definição de um diferencial competitivo e é claro delinear quais são seu públicos e o tipo de vinculo que deve ser mantido com eles.
Juntando os trapos
Incontestável: “a área de relações públicas se apropria dos conceitos, métodos e práticas de gestão para planejar e gerenciar a comunicação organizacional.” E justificável, pois segundo Margarida Kunsch (apud COLOMBINE, Gisele. 2006) “o planejamento de comunicação deve ser totalmente alinhado com o planejamento estratégico da empresa, corroborando a missão, os valores, os objetivos, as metas e políticas.”
Tomando ainda como referência a autora “o planejamento é importante para as organizações porque permite um redirecionamento contínuo de suas ações presentes e futuras. Possibilita conduzir os esforços para objetivos preestabelecidos, por meio de uma estratégia adequada e uma aplicação racional dos recursos disponíveis”. E Djalma Oliveira (apud COLOMBINE, Gisele. 2006) acrescenta “esse processo é desenvolvido para o alcance de uma situação aspirada de um modo mais eficiente, efetivo e eficaz”, por permitir que a organização responda com mais rapidez aos desafios do mercado, facilitar a tomada de decisão, transformar a empresa reativa em pró-ativa e agregar valor aos negócios.
”O planejamento de comunicação é como um prolongamento do planejamento estratégico organizacional da empresa’ resume Gisele Colombine em Planejamento Estratégico em Comunicação [3]. Os processos e ações de comunicação, que envolvem programas de consolidação da imagem institucional, de relacionamento com públicos, a organização de eventos, lançamentos e campanhas e a averiguação da opinião pública, não devem ser tidos como complementares, paliativos ou instrumentais, mas como elementos essenciais na composição de uma estratégia comum.Em briga de marido e mulher...
Se do lado de cá falamos em “administração de percepção", “gestão da função política”, “consultoria de interações”, da outra banda se diz “comunicação de marketing”, “marketing de relacionamentos”, “endomarketing”. O que poderia aparentar uma inocente disposição das palavras traz implícita a rivalidade de ambas as áreas, que sem grandes méritos, procuram sujeitar uma à outra. Mas convenhamos que um pouquinho de ciúme sempre apimenta a relação.
Fontes:[1] Monografia de Onésimo Cardoso. Comunicação empresarial versus comunicação organizacional: novos desafios teóricos. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php
[2] Blog “Comunicação Organizacional”, de Fábio Albuquerque. Disponível em : http://www fabioalbuquerque.blogspot.com
[3] Monografia de Gisele Colombine, Planejamento Estratégico em Comunicação. 2006. Disponível em: http://www gestcorp.incubadora.fapesp.br/portal/monografias/pdf
KUNSCH, Margarida. Planejamento estratégico e excelência da comunicação. São Paulo: Pioneira.1997.
KUNSCH, Margarida. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Paulo: Summus 2003. In:COLOMBINE, Gisele. Planejamento Estratégico em Comunicação. 2006.
OLIVEIRA Djalma, Planejamento Estratégico: conceitos, metodologias e práticas. São Paulo: Atlas. 2002. In:COLOMBINE, Gisele. Planejamento Estratégico em Comunicação. 2006.
Partindo do princípio confortante de que tudo é comunicação, “o ambiente social em que se insere uma empresa é parte integrante dos processos de formação dos sentidos que são partilhados pelos indivíduos comunicativamente”, e a própria entidade, como agente, é formadora de significações nas suas múltiplas instâncias relacionais. Bem sendo, conforme aponta Onésimo de Oliveira Cardoso em Comunicação empresarial versus comunicação organizacional: novos desafios teóricos [1] “comunicação e organização constituem um único fenômeno”.
Dominique Genelot (apud CARDOSO, Onésimo. 2006) justifica essas confluências de outra maneira. Para o teórico o gerenciamento estratégico deve ser viabilizado por uma consciência que envolve aspectos complexos de expressão, negociação e apropriação de sentidos. Ou seja, se o conjunto da coletividade deve partilhar de uma certa representação do futuro desejado, esse entendimento comum deve necessariamente perpassar a circulação de informações e conteúdos. Nesta perspectiva, conforme afirma Fábio Albuquerque em seu blog Comunicação Organizacional [2], “a comunicação organizacional assume seu papel na gestão do negócio, gerindo e mediando estratégias, diretrizes e ações que possam suscitar uma experiência de relacionamento ideal, e, por conseqüência, criar uma cultura/identidade que reflita no comportamento dos indivíduos participantes”.
Se todo esse discurso soa convincente a quem como nós respira comunicação, talvez não pareça tão óbvio a quem propomos a vendê-lo. O fato é que a efetividade da comunicação nas organizações muitas vezes é percebida apenas quando transformada em números, e daí a necessidade de nos afirmarmos estrategistas, por mais incomodo que isso possa parecer. Antes de aplicar o nosso potencial criativo latente, e convenhamos que por vezes aguardamos ansiosos o momento de bolar campanhas e mídias inusitadas, é preciso se adequar à realidade financeira e operacional da empresa, analisar detalhadamente seu macro e micro ambientes, identificar tendências e oportunidades de mercado, contribuir na definição de um diferencial competitivo e é claro delinear quais são seu públicos e o tipo de vinculo que deve ser mantido com eles.
Juntando os trapos
Incontestável: “a área de relações públicas se apropria dos conceitos, métodos e práticas de gestão para planejar e gerenciar a comunicação organizacional.” E justificável, pois segundo Margarida Kunsch (apud COLOMBINE, Gisele. 2006) “o planejamento de comunicação deve ser totalmente alinhado com o planejamento estratégico da empresa, corroborando a missão, os valores, os objetivos, as metas e políticas.”
Tomando ainda como referência a autora “o planejamento é importante para as organizações porque permite um redirecionamento contínuo de suas ações presentes e futuras. Possibilita conduzir os esforços para objetivos preestabelecidos, por meio de uma estratégia adequada e uma aplicação racional dos recursos disponíveis”. E Djalma Oliveira (apud COLOMBINE, Gisele. 2006) acrescenta “esse processo é desenvolvido para o alcance de uma situação aspirada de um modo mais eficiente, efetivo e eficaz”, por permitir que a organização responda com mais rapidez aos desafios do mercado, facilitar a tomada de decisão, transformar a empresa reativa em pró-ativa e agregar valor aos negócios.
”O planejamento de comunicação é como um prolongamento do planejamento estratégico organizacional da empresa’ resume Gisele Colombine em Planejamento Estratégico em Comunicação [3]. Os processos e ações de comunicação, que envolvem programas de consolidação da imagem institucional, de relacionamento com públicos, a organização de eventos, lançamentos e campanhas e a averiguação da opinião pública, não devem ser tidos como complementares, paliativos ou instrumentais, mas como elementos essenciais na composição de uma estratégia comum.Em briga de marido e mulher...
Se do lado de cá falamos em “administração de percepção", “gestão da função política”, “consultoria de interações”, da outra banda se diz “comunicação de marketing”, “marketing de relacionamentos”, “endomarketing”. O que poderia aparentar uma inocente disposição das palavras traz implícita a rivalidade de ambas as áreas, que sem grandes méritos, procuram sujeitar uma à outra. Mas convenhamos que um pouquinho de ciúme sempre apimenta a relação.
Fontes:[1] Monografia de Onésimo Cardoso. Comunicação empresarial versus comunicação organizacional: novos desafios teóricos. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php
[2] Blog “Comunicação Organizacional”, de Fábio Albuquerque. Disponível em : http://www fabioalbuquerque.blogspot.com
[3] Monografia de Gisele Colombine, Planejamento Estratégico em Comunicação. 2006. Disponível em: http://www gestcorp.incubadora.fapesp.br/portal/monografias/pdf
KUNSCH, Margarida. Planejamento estratégico e excelência da comunicação. São Paulo: Pioneira.1997.
KUNSCH, Margarida. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Paulo: Summus 2003. In:COLOMBINE, Gisele. Planejamento Estratégico em Comunicação. 2006.
OLIVEIRA Djalma, Planejamento Estratégico: conceitos, metodologias e práticas. São Paulo: Atlas. 2002. In:COLOMBINE, Gisele. Planejamento Estratégico em Comunicação. 2006.
1 comentários:
Obrigado por Blog intiresny
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